Arquivo | julho, 2020

A INEXISTÊNCIA, EM NOME DA ARTE

25 jul

desintegrarA nudez espiritual do homem se torna cada vez mais visível em nossos dias. Com a pretensa morte de Deus, anunciada por Nietzsche, o homem se viu cada vez mais livre para criar seus absolutos para governar a realidade. Um destes absolutos tem se tornado cada vez mais destacado com o passar dos anos: a arte.

Recentemente, uma exposição[1] de “arte” causou alvoroço no Brasil, pois permitia que uma criança tocasse o corpo nu de um homem deitado no chão e interagisse com ele. Pautados no absoluto da arte como algo supratemporal e divino, um grupo se levantou para dizer que ninguém poderia se opor aquilo, pois era uma expressão artística e, só poderia ser visto como algo imoral, por pessoas atrasadas e retrógadas.

Lendo o livro “O Deus que intervém” de Francis Schaeffer, encontrei ali a narração de um episódio semelhante envolvendo o artista Marcel Duchamp. Schaeffer relata: “a sua última obra, que ninguém sequer sabia existir, veio a público por ocasião de sua morte. Ela se encontra hoje na coleção Duchamp do Museu de Arte da Filadélfia. Você precisa espiar por um pequeno buraco em uma velha porta espanhola para vê-lo. E o quadro é, de fato, pornográfico e ao mesmo tempo totalmente absurdo. Por que os diretores encarregados permitiram que aquilo fosse exposto no Museu de Arte da Filadélfia? Porque se trata de ‘arte’, e esta é então a mensagem passada para a população”[2].

De fato, a absolutização da arte ou, como diria Dooyeweerd, do aspecto estético, nada mais é do que a tentativa desesperada do homem de se fazer “deus”, de se livrar da culpa de, rejeitando as Escrituras, não ter uma resposta adequada para a realidade que o cerca. O movimento que o diabo começou no Éden se encontra em sua fase mais aguda em nossos dias. Em nome da arte, a pedofilia, a pornografia e tantas outras coisas semelhantes (reflexos da inexistência e do não-ser) se apoderam da humanidade, revelando sua nudez espiritual. Isto já é uma prévia do inferno.

Somente por meio do Evangelho de Cristo, o homem pode escapar desta armadilha!

[1] Refiro-me a exposição QueerMuseu do Santander Cultural de 2017.

[2] SCHAEFFER, F. O Deus que Intervém. Cultura Cristã, p.49